segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Pecado Capital

Eu sempre sonhei que minha vida seria perfeita se eu ganhasse na sena. Eu e metade do mundo. Sempre achei que o dinheiro abriria as portas, resolveria meus problemas e eu seria o cara mais feliz do mundo. Mas hoje acho que essa teoria é apenas parte verdade.

Viver sem dinheiro, num mundo capitalista, não é nada fácil. Hoje o dinheiro é necessário para quase tudo: divertimento, roupas, comida, locomoção, trabalho... Mas essa necessidade pelo dinheiro não é de hoje, isso é algo que sempre existiu e sempre existirá. O ponto que eu gostaria de debater é a troca de valores que presenciamos nos nossos dias.

Vocês se recordam quando foi a última vez que viram crianças brincando de esconde-esconde? Quem se lembra de quando foi a última vez que foi ao parque ou foi fazer uma caminhada em alguma trilha? Quem tem o costume (e tempo) de sair sem ter destino certo, apenas pelo prazer de sair. Os tempos modernos nos trouxeram o costume do consumo excessivo, da necessidade da ostentação (status), e da exclusão dos menos favorecidos. A necessidade de comprar um vídeo game, um computador ou um celular para uma criança é ridículo. A criança que não possui algum desses itens é totalmente excluída e escachada. O adulto que não possui um carro próprio tem vergonha de assumir para os amigos. O adolescente que não tem grana pra sair na balada vira um completo extraterrestre.

O capitalismo não é um mal, é apenas o caminho natural que o mundo seguiu. O mal não está no formato do capitalismo, mas sim no que isso gera no comportamento humano. A pessoa não deve se sentir envergonhada por possuir algum (ou todos) dos itens citados acima, mas devemos refletir, ao menos um pouco, sobre os nossos comportamentos. Devemos criar a partir de então novas saídas para nossos prazeres. Todos nós adoramos poder ter dinheiro para comer em um restaurante caro e poder impressionar a pessoa que ama, mas que mulher que não gostaria de ter um jantar e uma noite toda feita pelo seu amado. Sabemos que o computador pode trazer muita informação para crianças e que também fará parte da sua inclusão social no mundo trabalhista, porém devemos apoiar e incentivar mais a praticarem esportes a brincarem nos parques com outras crianças, a se divertirem com brinquedos educacionais. Isso também é inclusão social.

A felicidade não está no bem adquirido. A felicidade não está no exibicionismo. Felicidade é ter prazer em se divertir com o que o mundo nos oferece. Se você tem oportunidade de ter brinquedos caros e um estilo de vida mais rebuscado, ótimo, aproveite! Mas se essa não é a sua realidade, seja feliz também. Tenho certeza absoluta que oportunidades não nos faltam, porém estamos cegos neste mundo consumista. Faça do seu dia, repleto de momentos felizes, tenham hábitos mais saudáveis, leia mais, brinque mais, sorria mais, converse mais!

Há mil formas para sorrir, só uma para ser feliz.

Um comentário:

  1. Concordo com o seu texto, as pessoas mais felizes que conheço, não são por terem bens materiais, muitas nem ao menos saúde. Mas isso não é algo fácil de se aprender mas não é impossível também.

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