segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O medo do medo

O que te segura neste post em que se encontra? O que faz você não largar a vida na selva de pedra e ir morar num paraíso? O que te faz trabalhar em uma empresa com cargo mediano por toda sua vida? O que te faz você ser sempre o mesmo?

Sempre achei que essa resposta fosse bem simples: o amor. Sempre achei que o amor pelas coisas que faço fosse o motivo ou a causa raiz de eu continuar ser sempre o mesmo. Agora porém, acredito que estava completamente enganado. O que me segura não é o meu amor, mas sim o meu medo! Medo de não conseguir um emprego melhor, medo de me mudar e não atingir a felicidade, o medo de se arrepender, o medo de ter que reconhecer que errou.

Nossas vidas nos oferecem infinitas oportunidades para mudar. Se é para melhor ou para pior, nós podemos até imaginar, mas nunca saberemos se não experimentar-mos. Eu gosto de sentir o medo. Eu gosto de ter a incerteza como unica certeza. E por esse mesmo motivo assumo que errei inúmeras vezes, mas todas elas foram em busca da felicidade. A eterna busca, pois nunca estamos satisfeitos (graças a Deus).

Será que o que eu sempre evitei, o medo, na verdade é o que me faz viver? Não, não... acho que o que me move é evitar a mesmisse, é evitar que a vida seja todo dia igual e que o piloto automático seja executado. Desse ponto de vista, o medo nada mais é do que parte do processo, a não a causa raiz. Mas aí me vem a cabeça o medo novamente, o medo de acordar com 50 anos e olhar pra trás e perceber que fui um robô e que virei mais um na multidão. É, acho que jamais vou fugir da proximidade com o medo.

Varias vezes já disse que sempre fui a favor de pessoas que enfrentam seus medo. Mas acho que na verdade esse é o maior medo de todos: o medo do medo!

Esse é um ciclo vicioso, mas gostoso de aproveitar a jornada. Cada vez que sinto medo, me sinto obrigado a supera-lo. E quanto mais as pessoas me chamam de utópico, maior a minha motivação. Acho até que já disse isso em um outro post aqui no blog, mas essa é uma das maiores verdade possíveis: O MEDO SÃO BARREIRAS IMAGINÁRIAS DE UMA MENTE ENFRAQUECIDA. E por isso sentimos medo, pois somos fracos. Eu acho que sou um dos maiores medrosos de todos, mas sou também um dos que tem mais coragem de olhar cara-a-cara, reconhecer e lutar até a última gota de suor.

Que viva o medo!!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Passos...

Acordo, trabalho, converso, almoço... Quantas vezes já me senti como um "robô humano", ligado no piloto automático e programado a fazer/responder exatamente o que as pessoas esperam. A cada questionamento que me faço, me sinto mais vivo, mais capaz de tentar entender esse complicado mundo, que por sinal fica ainda mais complexo a cada dia. Guerras, brigas, lutas, votações, desastres naturais e tudo isso em uma velocidade devastadora.

Sempre me senti uma pessoa feliz, mas cada vez mais começo a entender que não existe pessoa feliz, existem pessoas e existem momentos felizes. Assim como os momentos tristes e de revolta. Sou totalmente influenciado por tudo que está a minha volta. É completamente impossível ser uma pessoa feliz em meio a tanta barbaridade, a tanta sacanagem. Digo isso desde grandes acontecimentos onde praticamente a população inteira se mobiliza e choca como as guerras, quanto a assuntos mínimos que eu sou o único prejudicado. O universo, como diria Einstein - o maior de todos quebrador de paradigmas - é totalmente relativo. Se o teu problema é grande ou pequeno, depende unicamente de você e do teu pré-julgamento.

Como alguém que perdeu um parente próximo têm a ingênua e mediocre capacidade de julgar e condenar alguém que chora por não conseguir uma promoção em seu trabalho. A capacidade em se satisfazer e sentir feliz ou triste depende de nosso julgamento. Não existem problemas maiores ou menores, existem situação diferentes e totalmente em paralelo que jamais poderiam ser compradas. Como podemos ser absurdamente cego em tentar julgar.

Quero ser mais do que um julgamente errado e precipitado. Eu quero entender o teu problema, eu quero tentar entender a tua realidade, quero sentir o teu sofrimento. Quero fechar os olhos e sentir a revolta que passa em tuas veias. Só assim vou te entender. E o que eu quero de você? Nada mais do que seu respeito.

Não espero que os outros me entendam. Isso seria pedir demais. Algumas pessoas até saberão do que eu estou falando, mas o respeito é algo que se sobrepoe a todos estes debates.

A pessoa que mais me entendia, me compreendia, com quem eu mais sentia prazer em estar junto não me verá jamais. Essa pessoa não sabia o que se passava na minha cabeça, mas respeitava todos os meus sentimentos, não importando quais fossem. Esse é o maior ensinamento de todos. Como alguns segundos de silêncio em meio a uma situação ruim pode ser infinitamente mais prazerosa do que qualquer palavra que pudesse sair de sua boca. É estranho como as coisas acontecem e você repara sua vida mudando em questão de segundos sem poder se segurar. O maior amor de Deus foi nos ter dado a vida e vontade de viver. Mesmo sendo tão difícil ser feliz.

E nesse tufão de acontecimentos, o mundo gira sem parar. Para se tornar ainda mais complexo, em meio aos avalanches em cima de nossas cabeças, acontecem coisas incrivelmente maravilhosas. E este sentimento que me contagia do fio de cabelo a unha do dedão do pé, como um choque anafilático de sentimento infinitamente prazeroso e branco, é o porquê de eu viver. Se eu conseguir encontrar esse ponto de felicidade nas pessoas que estão a minha volta, serei a pessoa mais feliz do mundo!

Viver é fácil, mas viver e estar vivo é foda!