terça-feira, 21 de setembro de 2010

Os Fins Justificam Os Meios

De tempos em tempos leio alguma notícia ou vejo em algum programa de televisão sobre alguma celebridade ou membro da high society entregou uma folha de cheque com alguns milhares de reais/dólares para instituições de caridade, desabrigados ou qualquer outra instituição de necessitados. Acho muito nobre o ato de doar, seja doando alimentos, agasalhos, roupas, brinquedos ou dinheiro. Quem consegue se sustentar e ainda sobra um pouco, porque não ajudar quem precisa?

Nesse ponto vem a minha cabeça dois questionamentos, e o primeiro deles é: Precisamos de luxo e status para conseguir sentir satisfeito e só então começar a doar? É preciso ser rico para doar algo? É preciso de dinheiro para ajudar o próximo? Acho que essas são apenas algumas questões que metralham minha mente quando vejo alguém dizer que não pode ajudar pois “está duro”. Não sou rico, não sou um playboy que se alimenta do que os outros conquistaram para mim, não sou apenas uma marionete cuspida pelo sistema. Eu sei que posso ajudar de alguma maneira, basta não se limitar as barreiras imaginárias que criamos para nos defender. Não tenho condições suficientes para poder ajudar com milhares de reais, mas certas vezes posso separar 10, 20 ou 30 reais por semana, que não me farão falta alguma, para poder ajudar alguma instituição que eu conheça e acredite. Se a situação apertar e realmente não sobrar nada no fim do mês, posso tentar doar roupas usadas, brinquedos ainda guardados no fundo dos armários, posso doar sangue ou posso fazer a maior doação de todas, doar meu tempo para fazer visitas e tornar o dia de alguém um pouco melhor. É muito mais a questão de querer do que poder.

O outro ponto que me incomoda profundamente nessas doações de mídia é a exposição. Será que bem no fundo, a pessoa doou pelo puro sentimento de ajudar o próximo ou será que ele doou para sair no caderno de celebridades de jornal? Muitas vezes penso que as pessoas doam não para ajudar o próximo, mas sim pelo reconhecimento que este ato lhe proporciona perante a sociedade. Muitos astros nem doam se seu nome não for citado. Ou pior de tudo, querem aparecer na TV entregando as folhas de cheque ou os caminhões de alimento que ele doou. Quão nobre é este sentimento? Doar sem esperar nada em troca é um passo difícil de atingir. Fazer uma boa ação e não esperar nem um simples obrigado é um nível de elevação que eu quero atingir. Na minha humilde opinião, a doação em sigilo é algo muito mais nobre, pois realmente ele está querendo que a causa em deficiência seja atingida, e não se auto promover com essa situação.

Mas essa questão de não esperar nada em troca, de ter o prazer em ajudar o próximo é algo que eu poderia ficar dias e dias filosofando. O homem é dominado pelo egoísmo, e mesmo que ele esteja ajudando o outro, ele faz pelo prazer que esta ação vai lhe proporcionar, e não pelo prazer que vai gerar no próximo. Mas aí vem um caminhão de questionamentos, se isso realmente é egoísmo ou é algo inevitável quando ocorrem trocas de sentimentos.

Mas a realidade é essa. Tristes, felizes, ricos, pobres, egoístas ou puros de coração, continuem ajudando o próximo. Mesmo que tua intenção não seja a mais pura e nobre, só o fato de ajudar o próximo já vale. Quem sou eu para conhecer e julgar as intenções dos outros, mas a verdade é que já fiz tudo isso nas linhas acima. Reforço uma vez mais, independente de qual e como seja sua doação, não pare. Incentive outras pessoas nessa corrente. Não sei se serão pelos motivos corretos, mas você se sentirá melhor, isso é fato.

Um comentário:

  1. Tristes, felizes, ricos, pobres, egoístas ou puros de coração, continuem ajudando o próximo...
    Essa corrente não pode parar!

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