sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nosso

Quando um estrangeiro que não conhece o Brasil tenta descrever nosso país em poucas palavras, sempre se lembram de samba, caipirinha, biquíni, Rio de Janeiro e Amazônia.

Amazônia, o pulmão do mundo (#fail), a floresta internacional (#fail), entre tantos outros adjetivos bizarros a ela atribuída. Duvido que o EUA digam que as cataratas do Niágara são riquezas do mundo todo, duvido que o Japão proclame que o Monte Fuji é uma patrimônio do mundo. Todas essas riquezas naturais foram conquistadas durantes anos entre conflitos territoriais, e por isso, elas pertencem aos seus países. Bacana, ponto um concluído, a Amazônia é nossa!

Com essa importantíssima e desejadíssima riqueza nas mãos do Brasil, cabe a nós cuidar, preservar, e até saber explorar de maneira adequada tudo que possa oferecer. Vamos por partes. Será que podemos considerar que o Brasil sabe explorar todo potencial da Amazônia? E pior, será que o Brasil sabe cuidar/preservar a Amazônia para que um dia ela não vire uma Mata Atlântica (hoje em dia a Mata Atlântica possui apenas cerca de 5 a 10% de sua mata nativa)??

Vamos aos fatos. Hoje em dia a exploração legalizada da Amazônia é basicamente de indústrias farmacêuticas multinacionais (bye bye money) ou por grandes madeireiras que apesar de possuírem licença de funcionamento, acabam sempre explorando muito além do limite estipulado em suas permissões. Uma grande fonte de exploração que a Petrobrás já está começando a destruir é o potencial em fontes de petróleo e gás natural, que além de causarem um desequilíbrio imperceptível no eco-sistema, atravessam mais de mil quilômetros derrubando árvores e atravessando rios com seus oleodutos e gasodutos.

Hoje mesmo li uma crítica no Estadão do Washington Novaes sobre a bizarra exploração nas redes pluviais que o governo quer realizar no encontro das águas entre os rios Negro e Solimões. Os leigos afirmam que a construção de um porto nesse local pouco interferiria na grandeza dos seus rios. Antes fosse assim, mas poucos lembram que o fluxo de navios, pessoas, máquinas e combustíveis aumentarão. Poucos reconhecem que sempre que há um aumento no fluxo de barcos, sempre há um aumento em derramamentos de óleos nas águas. Poucos conseguem calcular o impacto direto e indireto que este simples fato pode causar. Poucos governantes conseguem ver que esta possível fonte de renda para o país, pode ser uma perda de renda, pois pescadores e todo o eco-sistema serão afetados negativamente. Mas isso é só um pequeno problema dentre muitos outros, e até muito maior que a Amazônia possui.

O ponto que eu quis comentar não é especificamente este do porto no encontro das águas, mas de que o Brasil precisa cuidar do que é nosso! Nossos governantes têm que perceber que se não tomarem medidas críticas, drásticas e urgentes essas nossas riquezas naturais elas poderão se tornar desértica, ou pior, poderão ser tomadas por outros países e até pela ONU (sim, até pela ONU) por não termos capacidade suficiente de preservarmos o que temos de maior valor, a vida.

Tenho vergonha dos nossos comandantes, levando o Brasil ao falso crescimento. Hipocrisía me irrita!

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