terça-feira, 2 de agosto de 2011

Violentamente Pacífico

Dias cinzas são tão comuns, tão rotineiros, que nem nos chamam mais a atenção. Dias em que você acorda e se pergunta o por quê de ter que levantar e lutar na selva de pedra. Você chega aos teus mais profundos ideais de vida para encontrar uma bom motivo para justificar você não ficar trancado no seu mundo particular.

O mundo chegou a um ponto que é difícil acordar, sorrir e ser alegre sem que uma barbaridade seja ejaculada na tua cara. Um motoqueiro morto na Marginal, um assalto na Santo Amaro dois carros a frente, a crise mundial que gerou demissão de 200 funcionários de uma fábrica, a notícia do rádio que informa que filmaram o Governador recebendo uma cueca de dinheiro para "reformar" a cidade, o homem bomba matou mais 100 na Líbia, ou o atirador que surtou e matou mais 70 crianças.

Alguns dizem que é o fim do mundo. Outros dizem que esses fatos sempre aconteceram mas agora a mídia e a internet faz tudo parecer maior.

Eu não sei o que pensar, simplesmente não consigo ter uma opinião. Só não consigo ficar vendo o Jornal Nacional na hora do jantar e achar tudo isso normal e mudar de canal porquê não aguento mais barbaridade.

As vezes eu penso que ser indiferente é pior do que se tornar um homem bomba. Parece pesado, mas aquele homem bomba da Líbia sacrificou a sua vida por um ideal. É ÓBVIO que eu não sou a favor de nenhum tipo de manifestação desta natureza, mas aquele cara tentou mudar, aquele cara tinha um ideal, aquele cara não ficou assistindo o Jornal Nacional comendo seu filet mignon ao molho madeira naquele dia.

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